No agronegócio, a demanda hídrica é uma estimativa ideal para saber o consumo de água nas culturas. Por ser uma atividade que necessita de muita água, o uso consciente é essencial para o gerenciamento do negócio.
Estima-se que aproximadamente 70% do consumo mundial de água é destinado para a irrigação. Por isso, saber a quantidade de água que determinada cultura necessita ajuda o produtor a reduzir o desperdício e planejar a rega em períodos de maior seca.
Continue a leitura deste artigo para saber como a estimativa da demanda hídrica para irrigação deve ser realizada e quais são os cálculos envolvidos no procedimento. Conheça a importância da estimativa para a manutenção das plantações e como excesso ou falta de água são prejudiciais para a manutenção da cultura.
Estimativa da demanda hídrica para irrigação
A agricultura irrigada exige estimar o volume de água que será usado para o desenvolvimento das plantas. Para tanto, é preciso ter atenção aos seguintes tópicos:
- características das culturas da propriedade
- tipo de irrigação usada (superfície, aspersão, localizada e subirrigação)
- condições meteorológicas e climáticas
- controle fitossanitário
- uso da água
As condições atmosféricas estão relacionadas com o crescimento e produtividade. Em períodos menos chuvosos, por exemplo, pode exigir mais água a depender da planta.
A demanda hídrica da agricultura irrigada tem como propósito o rendimento com produtos de alta qualidade enquanto diminui as taxas de desperdício. Seguindo corretamente, a propriedade gera vantagens para a sociedade, como empregos e fonte de renda.
Como calcular a demanda hídrica?
Para realização dos cálculos da demanda hídrica, há duas métricas importantes a serem conhecidas: evapotranspiração e coeficiente de cultura.
A primeira corresponde a evaporação e transpiração da planta conforme o clima, incidência solar e umidade. Já o coeficiente de cultura é um índice que oscila de acordo com o desenvolvimento da cultura. Trata-se da divisão entre a evapotranspiração potencial pela de referência. O resultado indica o desenvolvimento gradativo até o momento de reprodução da planta.
O cálculo da demanda hídrica, por sua vez, é feito dividindo a necessidade de irrigação líquida pela eficiência da irrigação. O resultado indica a necessidade de irrigação bruta em lâmina d’água. Com a demarcação da vazão de captação é avaliado o tempo em horas mensais para captação de água de modo que satisfaça os cultivos.
Importância dos cálculos para o desenvolvimento da plantação
A análise do volume de água exigido em cada cultura é um modo de identificar a necessidade hídrica da plantação, assim como garantir o desenvolvimento correto de cada cultura, elevar a produtividade e reduzir as perdas de água.
Portanto, o manejo adequado é a projeção correta do sistema de irrigação, seguindo o tempo exato para elevar a umidade do solo segundo os parâmetros de cada cultura. Contudo, o produtor deve observar atentamente o excesso ou a falta de água, o que deve ser corrigido administrando conforme a demanda hídrica.
Riscos da ausência ou abundância de água
Quando se verifica o baixo fornecimento, a planta apresenta problemas fisiológicos. Entre os quais, destacam-se: mudanças na concentração de gás carbônico e vapor de água, adversidade na troca gasosa e produção de fitomassa.
Um fator relacionado é o solo. Se estiver compactado pela seca, a cultura se desenvolve com dificuldade, já que as raízes não penetram, além da porosidade ou acúmulo de água desequilibrado. A ausência hídrica pode desencadear o estresse nas plantas que apresentam folhas murchas ou amarelas, o que acontece em razão da falta de nutrientes. O desenvolvimento dos frutos também pode ser comprometido.
Já o excesso de água traz consequências como a lixiviação do solo, o que atrapalha a presença de nutrientes na terra. Há ainda outros prejuízos para o desenvolvimento das culturas que podem subdesenvolver ou até morrer.
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Fontes: SNIRH; ANA; Tera Ambiental; Conhecer; Revista Agropecuária.