A perspectiva de manutenção de preços internacionais elevados para as commodities agrícolas tem gerado forte valorização dos ativos das cooperativas do agronegócio, sobretudo nos segmentos de grãos e carnes. A tendência destoa da realidade de algumas grandes tradings multinacionais do agronegócio, às voltas com dificuldades de caixa para cobrir operações em mercados futuros na safra passada. Favorecidas pelo salto global dos ativos do campo, as cooperativas têm acelerado planos de novos investimentos na industrialização de matérias-primas. "Nosso poder de fogo aumentou. É igual ou melhor que as grandes multinacionais", diz o presidente da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras), Márcio Lopes de Freitas. "Trabalhamos com sócios, e não com clientes, o que reduz a taxa de risco." No Paraná, modelo nacional para o segmento, as cooperativas prejudicadas pelos efeitos da inflação nos anos 90 aproveitam o bom momento para faturar com a alta das cotações. Neste ano, os grupos paranaenses estimam faturar R$ 18 bilhões. Os investimentos devem somar R$ 1,3 bilhão.