De acordo com o pesquisador José Carlos Cruz, da Embrapa Milho e Sorgo, “a implantação das lavouras de milho relativas à safra 2009/10 teve início a partir do mês de julho, na região Centro-Sul, e o plantio se prolongará até o mês de janeiro de 2010. No Rio Grande do Sul, o plantio inicia mais cedo, em julho, e, à medida que se caminha para os estados do Sudeste e do Centro-Oeste, a época de plantio vai se estendendo”. Segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), neste momento há regiões com lavouras em que o milho já germinou e o desenvolvimento é normal e outras onde ainda não houve a semeadura. A instituição prevê uma redução de cerca de 7% na área cultivada na próxima safra em relação à última, levando-se em conta apenas a primeira safra; portanto, deixando de fora a segunda (ou safrinha). A explicação para a queda é econômica: com os baixos preços praticados no mercado, há considerável volume do produto à disposição. Mas a redução não deve puxar para baixo a produção final, já que espera-se clima favorável para o milho, o que confirmaria as produtividades esperadas nas diferentes regiões. Para diminuir a possibilidade de prejuízo financeiro, o recomendado é plantar no período mais indicado. E como saber, dada a diversidade de clima e solo do Brasil? Uma boa dica é consultar, sempre, o zoneamento agrícola de riscos climáticos, publicado pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) em seu site. Por ele, é possível se saber a época mais propícia para se plantar 25 culturas agrícolas (entre elas, o milho) em boa parte dos estados brasileiros. A indicação é feita considerando-se um período de dez dias, ou seja, cada mês tem três subdivisões – do dia 1º ao 10; do dia 11 ao 20; e do dia 21 ao último do mês. Para conhecer o zoneamento, entre no site do Mapa – www.agricultura.gov.br – e acesse “Serviços / Zoneamento Agrícola". O atraso no plantio pode causar problemas para a lavoura e, como consequência, diminuir a produção final. “Geralmente, à medida que o plantio é atrasado em relação à época ideal para determinada região, há uma redução do ciclo do milho em função do aumento da temperatura durante a fase vegetativa e, consequentemente, ocorre uma redução do potencial produtivo. Dados de pesquisa mostram que são comuns perdas de até meio saco de milho (30kg) por hectare por dia de atraso no plantio”, explica José Carlos. E não é só isso: com o plantio atrasado, aumentam a ocorrência de doenças e a chance de ocorrer deficiência hídrica na fase final da lavoura e fica mais difícil o controle de pragas e plantas daninhas por causa de eventuais chuvas que dificultam operações de aplicação de produtos para que ocorra o controle. Ou seja: estar atento e respeitar as recomendações do zoneamento de riscos climáticos já é um bom começo para o sucesso de sua lavoura. Mais informações podem ser obtidas junto à ACE (Área de Comunicação Empresarial) da Embrapa Milho e Sorgo, Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento: (31) 3027-1272 ou [email protected] .