O Ceará subiu na classificação sanitária de controle da febre aftosa. O estado deixou de ser área de risco desconhecido, para ser considerado área de risco médio. Mil e cem litros de leite por dia. Para manter a quantidade e a qualidade do produto, os cem animais de uma fazenda em Calcaia, na região metropolitana de Fortaleza, foram vacinados duas vezes, este ano, contra a febre aftosa. “Quanto mais seguro, melhor. A gente sabe que é um leite que não tem contaminação nenhuma, estão todos vacinados”, diz Francisco Barros Lopes, gerente da fazenda. Nas duas campanhas de vacinação contra aftosa em bovinos deste ano, o Ceará imunizou mais de 80% do rebanho. O resultado, que vem se repetindo nos últimos anos, ajudou o estado a subir na classificação do Ministério da Agricultura. Um passo importante para o Ceará atingir a classificação de médio risco foi a criação de um cadastro do rebanho. Antes as ações eram baseadas em dados do IBGE que demoravam para ser atualizados. Hoje, com o cadastro, é possível saber o número e a localização dos animais no estado. Já existe um banco de dados com o perfil detalhado do rebanho. “O cadastro dá o número de propriedade do estado, o número do pecuarista e o número do rebanho. Este rebanho ainda vem especificado por faixa etária e sexo. Se eu tenho uma noção de onde estão os animais, quem são os proprietários, para você fazer qualquer contato. Depois de algum problema que surja, você pode delimitar uma área, a extensão desta área, de acordo com cada problema”, explica Joaquim Sampaio, assessor Técnico da ADAGRI. No nordeste, não foi apenas o Ceará que melhorou na classificação sanitária. Também conseguiram o status de médio risco os estados de Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e Piauí. Pernambuco e Maranhão já tinham a mesma classificação. Bahia e Sergipe estão em uma categoria mais alta e são reconhecidos internacionalmente como livres de aftosa com vacinação. No Ceará, a mudança vai permitir que os pecuaristas comercializem animais com outros estados da mesma classificação. “Poucas barreiras sanitárias que o estado estava sofrendo em relação a restrições, tanto na comercialização como no trânsito de animais para os estados que têm uma classificação maior do que o Ceará estão encerradas. Ou seja, nós vamos poder comercializar e transportar os animais por estes estados sem estas restrições”, explica Camilo Santana, secretário de Desenvolvimento Agrário do Ceará. Em todo o país, apenas Amazonas e Amapá permanecem com o status de risco desconhecido para febre aftosa.