Sem a utilização plena e perfeita das patas uma vaca pode se tornar inútil. O prejuízo de ter graus variáveis de claudicação no rebanho é muito maior do que se pode imaginar, quando se avalia o efeito na produção e na reprodução do rebanho da sanidade.
Os problemas de cascos podem ser causados por injúrias físicas, problemas nutricionais, instalações, ambiência e conforto inadequados. Ela resulta em aumento das despesas veterinárias e de mão de obra, aumento dos descartes, é o maior sofrimento que uma vaca pode ter no rebanho, além de diminuir a produção de leite e principalmente, a lucratividade da atividade.
A claudicação ou vaca manca continua a ser um grande problema em rebanhos leiteiros no mundo inteiro.
No Brasil Ferreira et al(2003) estudando rebanho leiteiro em Minas Gerais (Pedro Leopoldo) encontraram um custo relacionado a manqueiras de US$ 74,60 por animal alojado e mais um custo de U$$44,68 de tratamento e não computando as perdas relacionadas a diminuição na produção de leite.
As questões fundamentais relacionadas com claudicação é primeiramente determinar a extensão do problema e avaliar o seu custo, e a segunda é determinar como aliviar o problema, se ele for considerado grave o suficiente para que seja rentável para fazê-lo.
O escore de locomoção é uma maneira prática de se avaliar a sanidade dos cascos em um rebanho leiteiro. O escore de locomoção é um índice qualitativo que mede a capacidade da vaca de caminhar normalmente. As vacas são pontuadas de 1 a 5, sendo que 1= normal; 2= levemente manca; 3= moderadamente manca; 4= manca; 5= severamente manca.
A vaca com escore 1 é uma vaca que caminha normalmente e tem plena saúde dos cascos e uma vaca com escore 5 é um animal extremamente manco e que tem um grave problema em uma das patas, com apenas três patas funcionais. Os escores 2, 3 e 4 medem graus subclínicos de manqueiras, que acarretam grandes prejuízos no rebanho.
A saúde dos cascos do rebanho deve ser uma prioridade se mais de 10% do rebanho estiver com escore de locomoção acima de três. São vários os fatores que provocam os problemas de cascos. Existem quatro linhas de frente do controle dos problemas de cascos. São elas: cuidados com os cascos, nutrição, transição e conforto de vacas.
Para os cuidados com os cascos o ideal é fazer o casqueamento preventivo em todas as vacas adultas do rebanho duas vezes por ano. Toda vaca detectada com escore de locomoção três ou mais, deve ser casqueada imediatamente. Estabelecer uma rotina de pediluvio é fundamental, bem como o seu correto dimensionamento e utilização. Manter os animais em ambientes limpos e caminhando com segurança em pisos adequados sem pedras e quinas, são práticas extremamente importantes.
Para a nutrição da vaca forneça uma dieta equilibrada, com adequados teores de fibra efetiva. Minimize o risco de acidose. Preste atenção ao manejo e oferecimento da dieta, eles têm um peso tão grande quanto à nutrição no potencial de causar acidose. Fique atento para o risco dos animais estarem selecionando a fibra longa da dieta. Tenha sempre um nutricionista treinado e prático, cuidando da nutrição e do manejo do rebanho. Forneça microminerais e vitaminas em níveis que sejam adequados para a melhor qualidade dos cascos dos animais.
O zinco tem sido identificado como um dos principais minerais nos processos de queratinização (Smart e Cymbaluk, 1997). A vitamina de maior importância para o processo de queratinização possivelmente é a biotina. A biotina é essencial para a formação e integridade dos tecidos queratinizados (pele, cabelo, unhas e pés) em mamíferos e aves (Maynard et al,1979). A pobre integridade do casco resulta na maioria das lesões de casco.
Autor: Renato Palma Nogueira