O espaço que as mulheres conquistaram no mercado de trabalho, com sua competência e dedicação vem aumentado a cada dia. Há grande número de mulheres matriculadas em cursos da área agrária e muitas já estão no mercado de trabalho, ocupando espaços que há alguns anos atrás eram destinados aos homens.
No setor agropecuário nota-se a quantidade de mulheres engenheiras agrônomas e médicas veterinárias. Em alguns casos, a opção pela escolha desses cursos, dá-se porque já existe algum membro na família formado na área. Como exemplo a engenheira agrônoma Sandra Gnoatto, formada há 10 anos pela Universidade Federal de Pelotas, que hoje em dia trabalha na Prefeitura de Porto Barreiro/PR. Ela descreve que no início da carreira encontrou alguns preconceitos, os agricultores não achavam que ela poderia ser a técnica responsável por ser mulher, já que sempre esperavam um homem para a função.
Formada pela Universidade Estadual do Centro-Oeste, a médica veterinária Amabile Trento, conta que seu interesse pela veterinária surgiu quando cursou o Ensino Médio em colégio agrícola na cidade de Castro/PR. O curso de veterinária, além dos cuidados com animais, propicia outras áreas de trabalho como a saúde pública na parte de fiscalização de frigorífico, indústria de alimentos e zoonoses, pesquisas científicas e licenciatura.
Apesar do crescente aumento das mulheres, tanto como alunos, professoras, coordenadoras e até mesmo produtoras rurais, o número das mesmas em algumas universidades ainda são pequenos. A primeira turma do curso de agronomia da Universidade Federal da Fronteira Sul, em Laranjeiras do Sul teve 13 alunas das 50 vagas oferecidas.
Ao serem entrevistadas, alunas relatam diferentes opções pela escolha dos cursos como: família proprietária de terra, influência de familiares, carinho pela terra, vontade de crescer em um ambiente rural, grande campo de trabalho, entre outras. Elas enfrentam ou enfrentaram preconceitos como a desvalorização do profissional, falta de credibilidade por serem mulheres e ouvem comentários maldosos como: “isso não é coisa de mulher”.
Apesar de todos os obstáculos encontrados, as mulheres continuam na luta e ganhando cada vez mais espaços nos mercados de trabalho.