A acidose ruminal é uma doença metabólica, muito frequente na pecuária leiteira. A enfermidade é decorrente da ingestão em alta quantidade de alimentos hiperglicídios (carboidratos), facilmente fermentáveis ou a má gestão do cocho no confinamento. Essa alteração, que pode ser aguda ou crônica é um problema frequente em ruminantes com dietas ricas em concentrados.
A doença nada mais é do que a produção excessiva de ácidos (AGVs e ácido lático) no rúmen do animal. De fato, o maior problema ocasionado por essa acidificação é a mortalidade de parte das bactérias e protozoários. Visto que, elas são essenciais para o equilíbrio da microbiota ruminal.
Cerca de 10% dos animais confinados apresentam acidose ruminal. E, se não forem tratados a tempo a taxa de mortalidade decorrente a este mal digestivo pode chegar a 90%. Em geral, a ração é um dos ingredientes principais da alimentação nos rebanhos leiteiros. Já que, ela ajuda a otimizar o ganho de peso dos animais, aumenta a produção de leite e consequentemente a lucratividade do produtor rural.
Os animais que serão submetidos a uma alimentação rica em concentrado (grãos ou outros carboidratos não-fibrosos) devem passar por um período de adaptação. Mas, o problema é que os pecuaristas não cumprem este ciclo e sofrem com prejuízos, que por muitas vezes são invisíveis aos olhos.
Por essa razão, neste artigo, explicaremos de maneira clara todos os detalhes dessa enfermidade. Quer saber tudo? Então, continue a leitura!
Causas da acidose ruminal
Como você já acompanhou a principal causa da doença é a ingestão alta e súbita de carboidratos. Eles fermentam rapidamente e causam o acúmulo de ácidos no rúmen do animal.
A acidose geralmente é causada quando ocorre mudanças bruscas no regime alimentar. Ou seja, no momento em que a forma do consumo de grãos é aumentada sem uma adaptação prévia. E mais, quando o animal consome um alto volume de grãos acidentalmente. Só para exemplificar, um funcionário sem preparo que fornece uma quantidade enorme de grãos ou até mesmo quando o animal arromba o depósito de alimentos.
Ainda pode acontecer pelo fato do gado receber uma alimentação completamente irregular com alimentos incomuns. Algumas atitudes podem favorecer o aparecimento da doença:
- evitar privar os animais de alimentação;
- aumentar o nível de grãos da ração sem uma adaptação prévia.
Tipos de acidose ruminal
A enfermidade pode se manifestar de duas formas, clínica e subclínica, esta é a mais frequente nas propriedades.
A forma subclínica da acidose ruminal acontece quando o pH fica menor que 5,8 o que compromete a digestibilidade da dieta total. Isto é, muitos casos o produtor ainda não percebe os sinais da doença.
Já no surgimento do formato clínico da da doença os sinais são mais claros e evidentes. E mais, o animal pode morrer caso o tratamento não seja realizado rapidamente.
Tanto a acidose clínica, como a subclínica causam diversos prejuízos econômicos aos produtores rurais. Por isso, é tão importante ficar atento aos primeiros sinais. Confira os principais no próximo tópico!
Sinais da enfermidade
Os sinais da acidose ruminal se manifestam entre 12 a 24 horas após a ingestão do alimento. Entre os mais característicos podemos destacar:
- cólicas;
- fraqueza;
- desidratação;
- perda do apetite;
- andar cambaleante;
- diarreia escura e ácida;
- oscilação na produção de leite;
- queda no movimento ruminal.
Estes sinais devem ser observados dia a dia, pelos tratadores responsáveis que devem ser especializados e treinados para identificar o problema. A fim de, interferir a tempo e minimizar os prejuízos causados. Já que, em casos mais graves, quando não acontece o tratamento curativo a tempo a doença pode até levar o animal ao óbito.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico da acidose ruminal se baseia na observação dos sinais clínicos em combinação ao histórico de alimentação. Se foi ocasionada com alimentos facilmente fermentáveis ou em grande quantidade de grãos.
É importante lembrar que o tratamento correto será indicado por um médico veterinário que poderá prescrever medicamentos para evacuação da ingesta e para desidratação. Entretanto, casos mais graves da enfermidade podem precisar do auxílio de uma sonda para o esvaziamento do conteúdo ruminal.
No período de recuperação, o animal deve receber volumoso e água de boa qualidade. Dessa forma, a reintrodução de grãos em sua dieta deve ser gradativamente.
Sem dúvidas, a solução mais eficaz para este problema é prevenção, veja todas as dicas a seguir.
Dicas para prevenir a acidose ruminal
Ações simples, principalmente voltadas ao manejo nutricional correto podem ajudar na prevenção do problema e garantir um bom desempenho em sua propriedade:
- Delimite em até 40% a quantidade de grãos em relação a matéria seca;
- Evite servir a quantidade de grãos de uma única vez;
- Fracione em duas ou três vezes as refeições durante o dia;
- Não sirva ração ou concentrado quando os animais estiverem com fome.
Você conseguiu perceber que medidas simples podem evitar a perda animais pela acidose ruminal e a enfermidade que pode ser facilmente prevenida, sem custos que afetem sua lucratividade? Mas, muitos produtores acabam tendo prejuízos por erros no manejo nutricional que parecem bobos, mas que fazem total diferença no lucro final!
Fontes: Compre Rural e Ouro Fino – Saúde Animal