O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, voltou a atacar os subsídios agrícolas concedidos pelas nações ricas, relacionando a falta de um acordo na Rodada Doha com a crise mundial de alimentos. "A relação do acordo com a crise de alimentos reside na questão dos subsídios. Não apenas, mas é a principal. Quando se planta nos Estados Unidos ou na Europa de forma subsidiada, se desestimula a produção em países pobres", disse o ministro em entrevista a emissoras de rádio do governo, segundo a Agência Brasil. De acordo com ele, os subsídios em países ricos podem prejudicar a produção nas nações mais pobres, especialmente em períodos de baixa nas cotações. "Os investimentos do setor produtivo dependem que haja estímulo de mercado. O que a Rodada Doha faz é criar esse ambiente positivo para estimular os investimentos. Se falhar, esse estímulo não é criado", acrescentou. Atualmente, os preços dos grãos estão remunerando o produtor na maioria das nações, exigindo menos gastos dos governos nos países ricos e até incentivando a produção em países pobres da África.