Como explicar o retorno do cruzamento industrial? Na opinião de Pedro Frankilin Barbosa, pesquisador aposentado da Embrapa Pecuária Sudeste e consultor em melhoramento genético de bovinos, um conjunto de fatores explica a renovação do interesse pelo cruzamento industrial. O principal deles seria a expansão dos diversos programas de produção de carne de qualidade, além das várias alianças mercadológicas regionais e produção sob encomenda para atender nichos de mercado (contrato direto entre produtor e varejo, como casas de carne e restaurantes nos grandes centros urbanos). Segundo Barbosa, outro fator que contribui para a renovação do interesse pelo cruzamento industrial foi a popularização da técnica da IATF – Inseminação Artificial em Tempo Fixo. "Esse protocolo facilitou a inseminação artificial com hora marcada em rebanho de corte, especialmente em regiões de clima quente, onde não é possível recorrer à monta natural com touros europeus puros". A mesma hipótese é defendida pelo médico veterinário Pietro Baruselli, professor da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP. Ele estima que o consumo de sêmen em IATF atinge 1 milhão de doses de sêmende touros europeus. Ou seja, a IATF seria respons´vel por 60% da demanda de sêmen para cruzamento industrial. Para Baruselli, não foi acidental a coincidência da retomada da venda de sêmen das raças taurinas com proliferação do emprego da IATF.