A matéria seca é primordial para o planejamento alimentar bovino. Seu papel envolve as necessidades nutricionais para a saúde animal e possibilita ao pecuarista calcular o ganho diário de peso do rebanho. Desse modo, está intrinsecamente relacionada à lucratividade e à venda da produção no mercado.
Trata-se basicamente do alimento sem a massa de água, ou seja, são os concentrados e volumosos sem a água presente em sua formulação. Logo, são todos os nutrientes presentes no insumo, exceto a umidade. Inclusive, os produtos mais secos têm presença de água, como o feno. Geralmente, o percentual é calculado em análises laboratoriais ou na própria propriedade, em equipamentos que eliminam a umidade do alimento.
Importante destacar situações em que o gado não ingere a quantidade diária necessária para conseguir ganho de peso e, dependendo do caso, nem para a manutenção das atividades do organismo. Por isso, há perda de músculos e gorduras, consequentemente, de peso e qualidade da carne.
Para evitar esses problemas e ter um rebanho saudável, neste texto, saiba a necessidade em utilizar a matéria seca no manejo nutricional. Conheça também a forma de calcular a quantidade ideal.
Qual a importância da matéria seca para a alimentação bovina?
Para conhecer a taxa de ganho de peso e adequar as necessidades nutricionais, deve-se avaliar o consumo de matéria seca. Por exemplo, uma vaca em período de lactação ingere 15 kg de matéria seca, em média diária, o que equivale a 3% do peso vivo de uma vaca com meia tonelada. O consumo é destinado para sua manutenção e produção leiteira. Contudo, o equilíbrio alimentar precisa ser mantido para que os índices nutricionais estejam regulados.
Fazer ajustes no manejo é parte essencial para lucratividade da propriedade. Com o acompanhamento de cada bovino, observam-se problemas ainda em estágio inicial, o que possibilita a correção e reduz os prejuízos. A alimentação é um item primordial no sucesso da bovinocultura de corte, pois ocupa quase 80% do orçamento da propriedade.
Outro ponto fundamental sobre a matéria seca é seu impacto no metabolismo e na produção animal. Assim, fazer a estimativa de consumo alimentar de matéria seca permite criar dietas balanceadas, evitar excesso ou falta de alimentação e permitir a diminuição dos gastos. Contudo, deve-se ficar atento à raça e ao estágio de vida do boi, bem como aos ingredientes usados na ração.
Como calcular a quantidade?
O cálculo de matéria seca é determinado em laboratório, com uso de estufas, ou na propriedade, com uso de micro-ondas, para secar o alimento. Primeiro, pesa-se o alimento in natura e após o processo de secagem. A diferença entre resultados simboliza a água presente.
Para calcular a matéria seca, divide-se o resultado após a secagem pelo peso original e multiplica por 100. O número obtido representa o percentual. É essencial ter balança de precisão e estufas com controle de temperatura para fazer as medições.
Quanto mais água conter, maior a relevância para produção de ração. Para tanto, há softwares que auxiliam o cálculo e dosagem de alimento para cada cabeça de animal diariamente. Assim, você sabe qual é a necessidade do bovino conforme sua idade, raça, peso atual, entre outros pontos, e trabalha a engorda com mais precisão.
Cabe ressaltar que a quantidade de matéria seca entre um mesmo ingrediente pode variar segundo a produção. Por exemplo, o ideal da silagem do milho é entre 30% e 35% de matéria seca, mas dependendo da produção pode alterar entre 20% e 45%. Logo, reconhecer a porcentagem permite o equilíbrio de outros ingredientes e adequar a quantidade ao gado.
Saber usar a matéria seca e criar um programa nutricional adaptado e balanceado para o rebanho garante rentabilidade e saúde animal. O Curso de Formulação de Dietas e Rações para Bovinos traz conteúdos fundamentais sobre nutrição para o manejo de animais de criação. Nessa capacitação, você aprende sobre princípios básicos, insumos, exigência nutricional e novos avanços na alimentação animal. Além de aulas práticas para balanceamento de dietas e avaliação de manejo alimentar em propriedades.
Fontes: Revista Agropecuária; Agronomia; Agroceres; Beef Point; UFV, Embrapa.