Os cavalos, antes da domesticação viviam livres na natureza e sua alimentação era à base dos diversos tipos de forragens existentes o que lhes proporcionavam um desgaste lento e mais homogêneo dos dentes. Os cavalos, com a domesticação a alimentação passou a ser menos abrasiva e confinada tornando-se um fator de desgaste dentário diferente do usual contribuindo para possibilidade de alguns problemas dentários.
Assim como os humanos, o cavalo possui dois grupos dentários: os dentes decíduos (dentes de leite) e os permanentes. Um cavalo adulto pode ter de 36 a 42 dentes, e o padrão de mastigação do cavalo, pode promover principalmente nos dentes mais envolvidos na trituração dos alimentos (molares e pré-molares) um desgaste nas pontas. Este desgaste pode provocar ferimentos na língua e bochechas. O desconforto provocado por esses ferimentos refletem sobre a condição corporal do animal e/ou em seu desempenho.
A perda de condição corporal; perda de alimentos pela boca durante a mastigação; dificuldade de mastigação ou salivação excessiva; aumento do tamanho e/ou quantidade de partículas não digeridas nas fezes; resistência em executar alguns movimentos; mascar o freio; movimentar muito a cabeça após alguns comandos com as rédeas; perda de desempenho, relutância em paradas, recuos ou viradas; odor desagradável proveniente da boca ou narinas, ou corrimento sanguinolento provindo da boca; descarga nasal ou edema de face, mandíbula ou tecidos da cavidade bucal. Podem ser sinais de problemas dentários ou da cavidade bucal do cavalo.
Um correto manejo dentário, é fundamental considerar o fator etário, pois os animais em início de treinamento aos 2 ou 3 anos requerem um exame odontológico detalhado, para que seu primeiro nivelamento possa ser procedido, além da remoção de eventuais caps (ou capas que são os dentes decíduos que não se desprenderam durante a troca) pois quando retidos podem gerar desconforto e infecções por retenção de alimentos e bactérias.
Dos 2 aos 5 anos, os cavalos requerem uma maior frequência de exames dentários que os cavalos mais velhos, isso se deve a estrutura dos dentes decíduos ser menos rígida que dos permanentes e a possibilidade de formação de pontas de esmalte muito mais rapidamente, além do fato de que nessa faixa etária a maioria dos dentes (cerca de 24) serão substituídos. O recomendado é que cavalos nessa faixa etária tenham seus dentes checados pelo menos duas vezes ao ano, para que os procedimentos oportunos sejam efetuados. A partir dos 5 anos, do ponto de vista fisiológico, o cavalo já pode ser considerado adulto, e passa então a ser recomendada a verificação anual de sua saúde bucal.
Cuidado com a dentição do cavalo gera benefício para o animal que se sentirá mais confortável e que aproveitará melhor a alimentação, e para o proprietário que ganhará um animal com melhor rendimento.