O prolapso vaginal em cadelas envolve a protrusão de 360 graus da mucosa, já a hiperplasia vaginal pode ter origem de um coto de mucosa no assoalho da vagina. Ambos casos, geralmente craniais à papila lateral.
A hiperplasia acontece na fases do ciclo estral onde há produção de estrogênio, ou seja, pró-estro e estro. Já o prolapso vaginal em cadelas ocorre, principalmente nos casos de constipação, tamanho incompatível entre o macho e fêmea na cobertura e a separação forçada durante o coito.
No período do proestro e estro, ou seja, quando a fêmea está sob estimulação estrogênica, algumas cadelas desenvolvem uma prega ventral edematosa na vagina distal imediatamente cranial à abertura da uretra. Essa “prega” pode chegar a um tamanho suficiente para projetar-se na abertura vulvar, formando assim o prolapso vaginal em cadelas. Quer saber os principais motivos para ele acontecer? Então, confira o próximo tópico!
Por que o prolapso vaginal em cadelas acontece?
O prolapso vaginal em cadelas não é comum. Mas, pode acontecer pela extração forçado do macho durante a cópula, distocia, aumento da pressão intra-abdominal ou tenesmo. Então, os principais sinais clínicos da doença são:
– Protrusão de massa a partir da vulva, rosa pálida e edematosa
– Corrimento vaginal podendo vir acompanhado de sangramento
As fêmeas acometidas não permitem a introdução do pênis durante o acasalamento, devido a dificuldades fecais ou urinárias. Assim, com o estrogênio atuante, ocorre edema excessivo, aumento de tamanho das dobras de mucosa e hiperemia do tecido vaginal. Pode ocorrer ou não a exteriorização através da vulva.
A extensão do tecido vaginal acometido varia. Porém, a região localizada ventralmente e cranialmente ao meato urinário externo é frequentemente encontrada hiperplásica.
Na maioria dos casos, a hiperplasia vaginal é recorrente. Ou seja, ela aparece a cada ciclo estral (com a onda de estrogênio) e desaparece posteriormente, com resolução espontânea (quando termina a fase folicular do ciclo estral e aumenta o nível de progesterona, no diestro).
Com o estrogênio atuante, ocorre edema excessivo, aumento de tamanho das dobras de mucosa e hiperemia do tecido vaginal, podendo ocorrer ou não a exteriorização através da vulva.
Quais são os pacientes mais atingidos?
As cadelas de grande porte jovens e intactas são mais suscetíveis a serem acometidas pela hiperplasia. Já as causas do prolapso vaginal em cadelas são inúmeras. Porém, a predisposição hereditária racial ainda é a mais frequente. As raças mais propensas são:
– Doberman
– Bulldog
– Boxer
– Fila Brasileiro
Como diagnosticar?
O diagnóstico clínico é baseado nos sinais apresentados, idade e fase do ciclo estral. Do mesmo modo, ele pode ser confirmado pelo exame clínico e citologia vaginal. No exame físico, pode ser observado edema da mucosa vaginal e vulvar, que se apresenta brilhante, lisa e de coloração avermelhada. Assim, outros sinais clínicos podem ser observados, tais como:
– Disúria
– Períneo evaginado
– Acasalamento doloroso
– Lambedura excessiva da vulva
A hiperplasia vaginal pode ser classificada em:
Hiperplasia vaginal de 1º grau: Apresenta edema de mucosa, com protrusão dos lábios vulvares, principalmente em decúbito lateral.
Hiperplasia vaginal de 2º grau: Apresenta o aumento do volume dos bordos vulvares, principalmente acima da comissura ventral da vagina.
Em casos mais graves, o prolapso vaginal em cadelas pode ocorrer, com a exteriorização da mucosa em formato de coroa, apresentando opacidade e desidratação. Ainda mais, devido à exposição prolongada da mucosa podem acontecer fissuras e úlceras.
Tratamento da hiperplasia e prolapso vaginal em cadelas
O tratamento deste distúrbio pode ser medicamentoso ou cirúrgico:
Tratamento medicamentoso: é de natureza paliativa, pois os sintomas tendem a desaparecer na fase progesterônica do ciclo estral, no caso de hiperplasias de 1º e 2º grau.
Tratamento cirúrgico: será feita a exérese do tecido protuso ou castração, o que é mais recomendável devido a característica recidivante da patologia. Desta forma, com ela retira-se o estímulo hormonal e, com cerca de sete dias após a cirurgia, ocorre normalização da mucosa vaginal.
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É importante proteger o tecido em situações de prolapso vaginal, com uso de compressas e antissépticos. Ainda mais, o uso do colar elizabetano pode ser necessário para prevenção do risco de automutilação.
Fonte: Portal da Educação