A insuficiência renal em gatos é uma patologia grave que afeta diretamente o bem-estar animal. Comumente encontrada na rotina clínica, a incidência é alta acometendo um entre três gatos de diferentes idades, raças e sexos, contudo com maior frequência em idosos.
Fundamentais para o organismo, os rins são órgãos responsáveis pela secreção da urina, regulação dos níveis de água e sais, eliminação de toxinas do sangue. São grandes, espessos, com formato de grão de feijão e cor vermelha ou amarela escura avermelhada.
O diagnóstico da insuficiência precisa ser realizado com rapidez e acurácia. Muitas vezes, somente quando o felino está com alterações graves na fisiologia renal que se descobre o problema. Por isso, neste texto, você vai entender as causas da insuficiência renal em gatos, fatores de risco e principais sinais clínicos. Veja ainda as formas de conduzir o diagnóstico e tratamento.
Fatores de risco e sinais clínicos
O problema acomete diretamente os néfrons, que são as partes dos rins ligadas à filtração e eliminação das toxinas. Pequenos animais podem ter dois terços dos néfrons comprometidos ao longo da vida, o que afeta o funcionamento renal e, consequentemente, a saúde.
A insuficiência renal em gatos é classificada como crônica e aguda. O tipo crônico acontece com o envelhecimento felino à medida que os néfrons vão se deteriorando. O tipo agudo é ligado a casos de intoxicação que prejudicam a atividade renal. Nesse caso, quando não descoberta com rapidez, a doença pode evoluir até a morte animal.
Embora seja uma patologia que afeta grande parte dos animais, há fatores de risco que elevam a incidência. São eles:
- beber pouca água;
- idade;
- utilização de fármacos e produtos químicos;
- fatores genéticos;
- processos inflamatórios.
Gatos tomam pouca água, algo comum no dia a dia animal. Contudo, essa falta de água acarreta sobrecarga da atividade renal. O mesmo acontece com a idade, visto que os rins já trabalharam muito e tendem a perder os néfrons.
Há raças com maior predisposição para o problema, como abissínio, azul russo, birmanês, maine coon, persa, ragdoll e siamês. Casos inflamatórios também afetam o sistema urinário e geram insuficiência renal em gatos.
Sinais clínicos
A patologia tem um período de latência que prejudica o diagnóstico. Em geral, o desenvolvimento é silencioso e, ao se agravar, surgem sinais clínicos. Os mais comuns nos pacientes são:
- ingestão de grande quantidade de água;
- vômitos;
- diarreia;
- perda de peso;
- apatia;
- urina em excesso;
- hemorragia gastrointestinal;
- estomatites ulcerativas;
- mau hálito com cheiro de amônia.
Pode haver desidratação. Nesse caso, o gato apresenta olhos esbugalhados, mucosas desidratadas e pele sem elasticidade. Em situações mais graves, há mudanças no sistema nervoso.
Diagnóstico e tratamento da insuficiência renal em gatos
A condução do diagnóstico de insuficiência renal em gatos exige preparo do profissional. Além dos sinais clínicos que evidenciam o avanço da doença, há casos em que o problema renal está relacionado a algum problema primário que precisa ser tratado.
Para tanto, necessita conduzir o diagnóstico por meio da ultrassonografia com doppler para visualizar o estado dos rins, juntamente à anamnese e aos exames laboratoriais, para descobrir as causas do problema de modo preciso.
Apesar de não haver cura, há formas de se tratar. Recomenda-se a reidratação animal com uso de fluidos e soros durante a vida. Manter acompanhamento com especialista e alimentação equilibrada são ações essenciais. Caso seja necessário, o médico pode prescrever medicação complementar.
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Fontes: Patas da Casa; Faef; Unifersa.