Como parte da estratégia do Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), que busca a produção sustentável integrando atividades agrícolas, pecuárias e florestais na mesma área, em cultivo consorciado, em sucessão ou rotacionado. Pecuaristas mostram que o plantio de capim e eucalipto na mesma área pode trazer benefícios para a pastagem e para o gado, além de rentabilidade agrícola.
As medidas de ILPF integram as metas do Programa de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Programa ABC), lançado em 2010 pelo governo federal e que tem o objetivo de incentivar os produtores a praticarem uma agricultura sustentável, que garanta a segurança alimentar do país sem agredir o meio ambiente. O Programa ABC é resultado dos compromissos voluntários assumidos pelo Brasil na COP-15, realizada em Copenhague (Dinamarca), e que preveem a redução das emissões de gases de efeito estufa projetadas para 2020.
João Ângelo Guidi Júnior, produtor rural de Tapira (MG), que plantou as duas culturas, afirma que, nesta época, está sobrando pasto em sua propriedade, e que a presença do eucalipto favoreceu o ambiente para o gado.
Os eucaliptos geram sombra para os animais e as copas das árvores contêm o vento, que é intenso na região, deixando assim o capim mais verde e uniforme, a adubação é outro beneficio. O produtor explica que a partir do momento em que o solo está apto a receber uma muda, ele é adubado. O capim se beneficia da adubação feita para o eucalipto e vice-versa.
A sombra da árvore não atrapalha o desenvolvimento da pastagem como se pensava. Para que não ocorram problemas, deve-se manter o espaçamento e na hora do plantio dos eucaliptos deve seguir a orientação leste-oeste, para que a sombra permaneça a maior parte do dia sobre a árvore vizinha, evitando assim a competição por luminosidade entre eucalipto e forrageira. A incidência de sombra sobre o pasto acontece somente nas primeiras e últimas horas do dia, o que não compromete o desenvolvimento da planta.
Para favorecer a agricultura, o produtor João Cabral adotou também medida rentável em sua fazenda. Ele optou pelo plantio de eucaliptos clonados, que se desenvolvem com mais rapidez. Atualmente, uma árvore rende, em média, três metros cúbicos de madeira. Cada metro cúbico vale cerca de R$ 30. A expectativa do agricultor é realizar o primeiro corte da árvore aos cinco anos. Ao todo, serão três cortes e, no 15º ano, novas mudas serão usadas.
Dessa forma o gado disponibilizará de três anos de alimento de sobra, enquanto as árvores crescem. Depois, para manter a fertilidade do solo, uma opção é semear uma lavoura de milho ou soja no lugar do capim.