Os estados de Goiás, Tocantins e Mato Grosso do Sul estão realizando um levantamento para verificar os custos que os pecuaristas terão para se adequarem para respeitar as legislações ambientais e sanitárias.
O projeto reúne dados sobre os investimentos financeiros para o atendimento das legislações que tratam da vacinação contra a febre aftosa, criação e conservação de Área de Proteção Permanente (APP) e reserva legal, quanto ao manejo de água e esterco em confinamento e uso de defensivos e hormônios na pecuária de corte. O projeto está sendo realizado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA) da Universidade de São Paulo (USP) em parceria com a Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Na sexta (26) a Federação de Agricultura e Pecuária de MS (Famasul), em Mato Grosso do Sul, sediou a reunião com representantes do setor. “Queremos ouvir as principais dificuldades e apontar como a legislação afeta a margem de lucro do produtor”, diz a pesquisadora do CEPEA, Gabriela Garcia Ribeiro.
De acordo com a assessora técnica da Famasul, Adriana Mascarenhas, o maior custo da pecuária está na mão de obra. Diante disso, a instituição sugeriu a inclusão da legislação trabalhista no estudo. “Teremos uma análise completa do que impacta no custo de produção e iremos mostrar que, mesmo com tanto rigor e dispêndio financeiro para as adequações, ainda temos competitividade”, complementa.
O levantamento também está sendo realizado na França, Itália, Reino Unido e Argentina, países que compõem o Agri Benchmark, uma rede de comparação internacional de custos de produção de grãos, leite, ovinocaprinocultura e pecuária de corte formada por 20 nações. No Brasil, o levantamento de custos é feito desde 2003 pela CNA e CEPEA.
O resultado do levantamento é publicado anualmente. Os dados são analisados pelo Instituto Federal de Pesquisa para Áreas Rurais (VTI), um dos mais conceituados institutos de pesquisa agropecuária alemã.