A atividade pecuarista no Brasil tem se tornado cada vez mais diversa e moderna e representa, atualmente, uma grande parte do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Hoje, são conhecidas diversas técnicas e práticas específicas que contribuem para que essa atividade seja desenvolvida. Um desses procedimentos é a utilização de um sistema de produção de bovinos de corte adequado que, quando administrado corretamente, traz diversas vantagens ao produtor e aos animais. Quer conhecer mais sobre essa técnica e entender qual desses sistemas é o melhor para o seu rebanho? Continue a leitura!
Os sistemas de produção
Hoje, são conhecidos e utilizados três sistemas de produção de bovino de corte, que se diferenciam e são aproveitados de maneira positiva quando utilizados em criações com aspectos específicos. São eles:
- Extensivo
- Intensivo
- Semi-intensivo
Entenda mais sobre eles a seguir!
Sistema extensivo
O sistema extensivo é considerado o sistema de produção de bovinos de corte mais tradicional do país. Geralmente, é aplicado a fazendas grandes que possuem muito espaço para a criação do gado, uma vez que, nessa técnica, os animais são criados soltos pelo campo
Uma vantagem da implementação desse sistema é o baixo custo de investimento, uma vez que os animais alimentam-se da pastagem que é naturalmente encontrada nessas áreas. Dessa forma, o gasto que seria destinado à alimentação do rebanho, instalações e mão de obra é drasticamente reduzido. A alimentação desses animais é, porém, deficiente em nutrientes como sódio, zinco e fósforo. Assim, visando suprir as necessidades alimentares dos animais, são fornecidas ao rebanho suplementações de sal (comum e mineral). Em épocas de estiagem, é comum o uso da ureia como complemento. Também, caso não haja nenhuma fonte de água por perto (lagoas, rios, riachos), também é necessário fornecê-la ao rebanho.
Contudo, esse sistema de produção de bovinos também apresenta desvantagens. Uma delas é a perda do controle dos animais, uma vez que ficam livres pelos pastos, dificultando o monitoramento do rebanho. Essa movimentação constante dos animais pelo espaço pode resultar na perda de peso, o que pode dificultar o alcance do ponto de abate. Além do custo com os nutrientes para a suplementação alimentar, também é necessário estar atento ao desgaste ambiental que pode ocorrer com essa atividade.
Sistema intensivo
Justamente ao contrário da prática extensiva, o sistema intensivo tem como característica a criação dos animais em um pequeno espaço. Dessa forma, os animais confinados são alimentados com rações, administradas de acordo com o objetivo da fazenda.
As principais vantagens da implementação dessa técnica estão relacionadas ao controle da produção. Uma vez que os animais se encontram em uma área menor, é possível monitorar os aspectos do rebanho de maneira mais eficiente, além de garantir o bem-estar dos animais. Além disso, a demanda por porções de terra disponíveis para o gado diminui, uma vez que o rebanho está confinado e recebe seu alimento nos cochos. Essa situação acaba favorecendo, também, o ganho de peso dos animais, o que diminui a idade de abate.
No entanto, a aplicação desse sistema de produção de bovinos de corte também apresenta desvantagens. O primeiro ponto a se destacar é o alto custo das estruturas necessárias para o confinamento e das rações utilizadas na alimentação dos animais, que devem estar em condições adequadas para garantir o bom desempenho da produção. Além disso, o emprego da mão de obra qualificada também acaba por elevar os gastos com esse sistema. É necessário que os profissionais estejam tecnicamente capacitados para lidar com o manejo do gado.
Sistema semi-intensivo
Esse sistema de produção de bovinos de corte se classifica como um “meio-termo” entre os dois sistemas já comentados acima. Nessa prática, os animais também são soltos em uma área de pastagem, mas possuem alguma estrutura para o manejo do gado. Assim, se alimentam da vegetação do pasto e também recebem a ração que é administrada pela fazenda. Com o bom uso dessa prática, é possível diminuir a idade de abate, o que acaba por aumentar a produtividade dos animais.
Dessa forma, para que esse sistema funcione de maneira adequada, é necessário fornecer ao rebanho tanto os espaços de pasto quanto as estruturas para a alimentação complementar e manejo. Com isso, também é necessário que haja uma mão de obra qualificada e especializada, além dos gastos com as instalações, mesmo que sejam mais simples e com o manejo do solo para pastagem.
Instalações necessárias
Além de dominar técnicas e conhecimentos sobre sistemas de produção, também é necessário compreender quais as estruturas mais utilizadas e como operá-las. As instalações devem ser seguras, funcionais e resistentes. Mesmo que a construção dessas estruturas variem de acordo com o método escolhido, algumas são comuns à maioria das fazendas. São elas:
- Cercas
- Currais
- Cochos para alimentação
Especificamente quanto à construção do curral, é necessário que a instalação possua torneiras, espaços reservados para descarte de lixo e que seja construído sob um terreno seco, firme e que esteja posicionado de maneira planejada, de modo a facilitar o manejo do rebanho.
Qual o melhor sistema de produção de bovinos de corte?
Com essas informações, fica evidente que a implementação de um sistema de produção pode trazer diversas vantagens ao pecuarista. Contudo, é necessário escolher com cuidado e atenção qual será o método escolhido.
Não há como dizer qual dos sistemas de produção é o melhor. A escolha da técnica é variável, e deve ser adequada às características específicas da fazenda. Assim, é necessário levar em conta os aspectos físicos de cada espaço, os objetivos que são traçados, a raça que está sendo criada e o investimento financeiro que se está disposto a fazer. Dessa forma, é necessário que haja conhecimento sobre essa técnica para que seja implantada da melhor maneira, resultando no bom desempenho do rebanho.
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Fontes: Revista Agropecuária, Blog Uniderp, Instituto Federal de São Paulo, Embrapa, CPT Cursos Presenciais