A radiologia já vem sendo utilizada na medicina veterinária há muitos anos como técnica auxiliar de diagnóstico. Ela pode ser aplicada em diversas situações, sendo que uma que vem ganhando espaço dentro da atuação em pequenos animais é o raio-x odontológico em cães e gatos.
O raio-x odontológico em cães e gatos é um exame preciso para detectar as afecções orais mas deve ser realizado por um profissional qualificado, além de demandar cuidados na hora de execução, para garantir a precisão no diagnóstico.
Leia neste artigo como funciona o exame de raio-x, indicações e técnicas utilizadas.
Raio-X Odontológico em cães
As radiografias intra-orais, também chamadas de raio-x odontológico em cães, são indicadas frequentemente na avaliação de doenças que acometem a cavidade oral nos pequenos animais e, portanto, é a técnica de diagnóstico mais importante para a avaliação da estrutura dental e áreas adjacentes. Afinal, grande parte das lesões odontológicas pode ser observada nas imagens radiográficas e desta forma orientar o clínico em seu trabalho.
Entre as indicações mais comuns para o raio-x odontológico se destacam-se:
– Fraturas dentárias
– Afecções periodontais
– Mobilidade dentária
– Tratamento endodôntico
– Exodontias (pré e pós)
– Lesões de reabsorção
– Ausência de dentes
– Avaliação de oclusão
– Alterações de coloração dentária
– Neoplasias
– Cáries
– Implantes
Recomendações para a realização do exame
A utilização de um equipamento adequado para radiografia da cavidade oral permite a visualização do elemento dental e suas estruturas anexas sem a sobreposição de imagens. Quando se faz a radiografia extra-oral em aparelho convencional, muitas estruturas se sobrepõem às outras e, assim, detalhes importantes são perdidos ou apresentados sem uma boa definição. Já com o uso de um aparelho de raio-x odontológico e aplicação de técnicas de posicionamento específicas esses contratempos não ocorrem.
No entanto, é importante salientar que só é possível esse exame de diagnóstico radiológico com o animal sob efeito de anestesia geral, imóvel, uma vez que na maioria dos procedimentos o filme é introduzido na cavidade oral.
Técnicas para a execução do raio-x odontológico em cães
Técnica do Paralelismo
Nesta técnica o filme é posicionado paralelamente ao eixo longitudinal do dente e o feixe de raios x incide perpendicular ao longo eixo do dente e ao filme, o que permite uma imagem radiográfica isométrica do dente radiografado. Entretanto, devido às condições anatômicas da cavidade oral de cães e gatos, apenas alguns dentes são radiografados usando essa técnica, ou seja, apenas os dentes distais ao 2º ou 3º pré-molares da mandíbula.
Técnica do Plano Bissetor (ou Bissetriz)
Devido à morfologia craniana dos cães e gatos, a maioria dos dentes não permite o posicionamento do filme em paralelo ao eixo longitudinal do dente. Desse modo, recorre-se à imagem que se forma virtualmente no eixo da bissetriz do ângulo formado entre o longo eixo do dente e o plano do filme.
Então, a fonte de raio-x deve ser posicionada perpendicular à linha da bissetriz que é o ângulo médio entre o longo eixo do dente e o plano do filme odontológico.
Essa técnica é indicada para incisivos, caninos, pré-molares e molares superiores e incisivos, caninos, primeiro, segundo e terceiro pré-molares inferiores.
É importante compreender que a radiografia é a projeção de uma imagem em um filme de modo que, ao errar a “mira” o dente não será projetado. Portanto, se deve ter noção da anatomia do dente a ser radiografado, com número e orientação de suas raízes.
Interpretação de imagens radiográficas
Depois que as imagens são obtidas, pode haver alguma dificuldade para interpretar os resultados. Na radiografia são apresentadas diferenças entre o contraste de cada tipo de tecido presente na cavidade oral (osso, dente, tecido mole, e ar), e também imagens que evidenciam as diferentes estruturas anatômicas que a compõem.
Assim, é importante se atentar que o esmalte é o material mais denso do dente, recobre a coroa do dente e é também o material mais radiopaco. Portanto, ele pode aparecer como uma linha fina branca que limita a coroa. Muitas vezes é difícil ou impossível visualizar.
Logo em seguida, vem a dentina, que se estende da coroa até a raiz que é visualizada com menor radiopacidade menor quando comparada ao esmalte. Já o cemento apresenta-se como uma estreita faixa na margem externa da raiz, sendo indiferenciável radiograficamente da dentina
Como atuar na área?
A realização de exames de raio-x odontológico em cães demanda conhecimento e experiência na área de odontologia. Tanto para o correto posicionamento do animal e do equipamento quanto para a interpretação dos resultados obtidos e indicação de tratamentos.
Sendo assim, é essencial que o médico veterinário que deseja oferecer este serviço especializado tenha consciência da necessidade de especialização.
Além de ter mais domínio da técnica, estará diante de um amplo mercado de atuação, que ainda carece de profissionais especializados.
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Fontes: Vetshare e CPT Cursos Presenciais