Você já ouviu falar em sistema integrado de produção agropecuária? Trata-se de uma forma manejo que tem recebido bastante atenção de produtores por trazer resultados satisfatórios para a propriedade rural. A ideia é otimizar o uso da terra e dos recursos para elevar a produtividade, diversificar a produção e gerar produtos de maior qualidade. Tudo isso aliada a uma redução de custos da atividade.
No sistema integrado de produção agropecuária o objetivo é unir a produção agrícola, pecuária e florestal em uma mesma área, visando promover um benefício mútuo.
Quer saber mais detalhes sobre esse sistema, como aplicar em sua propriedade e suas vantagens? Continue a leitura!
O que é o sistema integrado de produção agropecuária?
O sistema integrado de produção agropecuária é um tipo de manejo produtivo que alia produção agrícola, pecuária e florestal dentro de uma propriedade. A ideia é, então, promover o desenvolvimento econômico, social e ambiental e a otimização do espaço por meio de práticas sustentáveis.
Esse sistema surgiu como uma alternativa para reduzir os custos de produção diminuindo os impactos no meio ambiente.
Dentres os principais motivos que levam os agricultores e produtores a adotar o sistema integrado de produção agropecuária, podemos citar a recuperação de pastagens, rotação de cultura, diminuição do risco financeiro e aumento da rentabilidade por hectare de terra.
Como funciona o sistema integrado?
Para fazer um sistema integrado de produção agropecuária pode-se fazer quatro combinações possíveis entre produção agrícola, pecuária e florestal. Veja a seguir:
Integração lavoura-pecuária ou sistema agropastoril
Nesse modelo, há a combinação da atividade pecuária com a agricultura e um dos mais utilizados no Brasil. No sistema agropastoril é feito um consórcio de atividade que possibilitam uma melhor exploração do solo ao longo do ano. Assim, favorece o aumento na oferta de grãos, de leite e carne a um custo reduzido.
De modo geral, funciona assim: a maioria das propriedade produz a silagem na primavera e no verão e plantas forrageiras no outono e inverno. Com isso, o produtor pode fazer um consórcio entre os produtos, recuperando as pastagens. Além disso, o pecuarista pode ainda produzir uma boa cobertura solo para o plantio direto na próxima safra.
Integração lavoura-pecuária-floresta ou sistema agrossilvipastoril
Aqui, além de combinar agricultura e pecuária, o produtor pode agregar espécies arbóreas nas áreas próximas às pastagens que são ocupadas pelo rebanho. A plantação de árvores melhora a fertilidade do solo, diminui a erosão, auxilia na preservação de água, melhora o conforto do rebanho devido às sombras, dentre outros.
Para que esse modelo funcione, é preciso escolher as espécies de árvores que são adequadas. Pode-se levar em conta o seu objetivo, como explorar produtos madeireiros ou não madeireiros, como alternativa de renda.
Integração floresta-pecuária (ILP) ou sistema silvipastoril
No sistema silvipastoril, há integração com as pastagens mas sem associação à atividade agrícola. A ideia aqui é promover ganhos ambientais e econômicos, aumentando a eficiência da terra utilizada. Essa integração é muito válida também para regular o microclima da região, reduzindo a quantidade de gás carbônico na atmosfera. Uma das árvores que pode ser utilizada é o eucalipto.
Integração lavoura-floresta (ILF) ou sistema silviagrícola
O quarto sistema integra as atividades da agricultura com as florestais. O objetivo é fazer um consórcio de espécies arbóreas e cultivares agrícolas, que podem ser perenes, como café, ou de safra, como o milho.
Normalmente o sistema silviagrícola é colocado em prática em áreas degradadas em propriedades que cultivam milho, soja, arroz e feijão.
Quais as vantagens do sistema integrado de produção agropecuária?
O sistema integrado de produção agropecuária apresenta muitas vantagens para a propriedade, como vimos até aqui. Mas, de um modo geral, podemos ainda citar tantos outros.
Em primeiro lugar, no que diz respeito ao meio ambiente, o sistema integrado irá diversificar a paisagem, melhorar a biodiversidade da região e garantir a sustentabilidade da propriedade. Sem contar melhora a qualidade do solo e da água, possibilita a redução do uso de agrotóxicos e ainda reduz a vulnerabilidade aos riscos climáticos.
No ponto de vista da pecuária, o sistema integrado vai melhorar o bem-estar animal, devido ao conforto térmico e à ambiência, aumentando a produtividade do rebanho.
Já em relação à atividade agrícola, podemos dizer a adoção é vantajosa tendo em vista que otimiza e intensifica a reciclagem de nutrientes do solo, melhora as suas características produtivas, diversifica a produção do negócio, confere uma maior eficiência no uso dos recursos naturais, reduz a pressão por abertura de novas áreas cobertas de vegetação. E claro, aumenta a produção de grãos, fibras, matéria orgânica, leite, carne e produtos madeireiros e não-madeireiros;
Portanto, se olharmos do ponto de vista de um negócio como um todo, trata-se de uma modalidade com inúmeros benefícios pois promove o aumento de renda, reduz riscos de mercado e os custos de produção a médio e longo prazo. Além disso, permite gerar mais empregos diretos e indiretos, reduzindo a sazonalidade da mão de obra e é flexível, podendo ser adaptado a diversas realidade produtivas.
No entanto, para colocar o sistema integrado de produção agropecuária em prática é preciso conhecer bem a área, ter um planejamento bem elaborado e ainda têm conhecimento nas áreas em que pretende atuar.